Ex-presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Edegar Pretto subiu à tribuna na tarde desta terça-feira (6) para responder, com números, por que acredita que permitir um revólver 38 como artigo facultativo da pilcha — sob a justificativa de história dos gaúchos com as armas de fogo — não seja uma boa ideia. A mudança consta em proposta apresentada pelo secretário licenciado do Desenvolvimento, Ruy Irigaray (PSL), que retornou à Casa hoje para poder protocolar uma série de 10 projetos.
— Medidas ou propostas para liberação ou uso sem controle (de armas) causam muita preocupação, principalmente diante do alto número de feminicídios e de violência doméstica. No Rio Grande do Sul, 706 mulheres foram vítimas de feminicídio nos últimos sete anos e meio (2012 até junho de 2019) — afirmou Edegar à coluna.
Os dados, conforme o deputado, são da Secretaria de Segurança Pública do RS em levantamento do Comitê Gaúcho ElesPorElas (da ONU Mulheres), que é justamente coordenado por Edegar Pretto.
O deputado acrescenta que, na sua percepção, o uso de armas no campo sempre esteve associado como ferramenta de trabalho, não como "ostentação de indumentária" ou uma vestimenta que represente a tradição e a conexão com a cultura do Estado.
— Um deputado e secretário de Estado deveria vir até a Assembleia Legislativa para propor soluções para problemas da segurança pública, por exemplo. Ou ainda para apresentar medidas de geração de emprego e desenvolvimento. Não é de arma na cintura que precisamos — complementou.