Vem da pequena Laura, de três anos de idade, a força que Manuela D'Ávila (PCdoB) diz ter encontrado para enfrentar uma jornada que incluiu, em 2018, um mandato de deputada estadual pelo PCdoB, uma candidatura à vice-presidência da República (na chapa de Fernando Haddad), um mestrado e os ataques de ódio sofridos nas redes sociais. As reflexões sobre a maternidade estão à frente de Revolução Laura, livro cuja pré-venda terá início nesta quarta-feira (20).
— Eu fui escrevendo ao longo do ano. Amor faz bem. Me salvou — contou à coluna, sobre a experiência.
A obra reúne histórias e reflexões não lineares, segundo Manuela, desde à época que descobriu a gravidez da primeira filha, em 2015. São textos endereçados à menina, fruto do casamento com o músico Duca Leindecker, escritos sobretudo durante a campanha eleitoral.
Cinco meses após o nascimento de Laura, em 2016, a hoje ex-deputada tomaria a decisão de não concorrer à prefeitura de Porto Alegre, em que pese estivesse à frente das pesquisas de intenção de voto.
"Minha filha Laura tem apenas cinco meses. Sei o quanto ela precisa de mim em seus primeiros mil dias, fundamentais para o desenvolvimento. Não adiantaria lutar pelo desenvolvimento de nossos bebês e não fazer valer a minha luta para minha própria filha! Mais do que com teorias, é com a nossa prática que mudamos a realidade", escreveu, à época.
Agora com três anos, a pequena já sabe sobre o livro e brinca com a mãe:
— Tudo que eu escrevo agora ela acha que é do livro dela — contou Manuela, aos risos.
As agressões sofridas no mundo virtual e real também fazem parte das histórias narradas no livro. Em mais de uma ocasião, Manuela estava com a criança quando foi abordada por pessoas que não concordavam com suas ideias e, sob esse pretexto, dispararam agressões verbais ou mesmo físicas. Em um desses episódios, relatado por ela à revista Marie Claire, uma mulher deu tapas nela e na criança, que tinha apenas dois meses.
— Assistíamos a um show do meu marido, no interior do Rio Grande do Sul, e ela estava no sling, mamando. Uma mulher começou a dar tapas no sling perguntando se era feito em Cuba — contou à revista.
A obra será lançada por Manuela em uma série de capitais brasileiras, a partir de março. A agenda inclui: Salvador, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Na capital gaúcha, o lançamento está previsto para o dia 27 de março.