Há um ponto identificado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como essencial para a aprovação da Reforma da Previdência que será enviada pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso nas próximas semanas. E é justamente esse ponto que falhou, na avaliação de Maia, na gestão de Michel Temer. Para o democrata, reeleito em 1º de fevereiro para mais dois anos à frente da Câmara, é preciso melhorar a comunicação sobre o que realmente será alterado no regime de previdência e, neste sentido, é preciso investir no diálogo com a sociedade.
— A grande preocupação é a comunicação. A gente acompanhou como ela (a Reforma da Previdência) foi destruída com temas que não existiam dentro do projeto. Esse pra mim é o grande problema, que você consiga comunicar aquilo que você realmente vai fazer — afirmou, em conversa durante o programa Gaúcha Atualidade nesta segunda-feira (11).
Rodrigo Maia, que tem articulado a votação da proposta junto a deputados e também a governadores, usou exemplo próprio para demonstrar como a comunicação — ou a falta dela — pode atrapalhar os planos do governo Bolsonaro. Ele diz que recebeu mensagens pelo WhatsApp com falsas informações que contribuem para uma visão equivocada sobre as mudanças e seus reflexos na sociedade.
— Hoje mesmo eu recebi no meu WhatsApp que a reforma não tinha que atingir o trabalhador, tinha que atingir o serviço público. Mas a parte mais importante da reforma é exatamente o serviço público, na regra de transição. Ou então: 'ah, tinha que começar pelos políticos'. Mas a regra no Congresso Nacional desde 1997 já é de 60 anos de idade mínima. Nenhum outro poder do Poder Público tem idade mínima. E daqui pra frente vai ser regime geral. Então muitas informações que são vendidas como verdadeiras não são — exemplificou.
Em que pesem os problemas identificados, Maia aposta no sucesso de uma estratégia que envolva uma estrutura de comunicação e de diálogo com a sociedade. Ele afirma que se isso for feito, assim como a interlocução com os parlamentares, será possível começar a votar a Reforma da Previdência no final do mês de maio ou início do mês de junho.