Deputados que integram a bancada do MBL (Movimento Brasil Livre) no Congresso seguem dispostos a liderar a criação de um partido que reúna os principais nomes da 'nova direita' no país. Uma consulta foi feita junto ao Tribunal Superior Eleitoral, no final do ano passado. O grupo quer saber se é possível formalizar a criação da nova legenda a partir de assinaturas digitais (e não com a coleta física de assinaturas, como é hoje). Ainda não houve resposta por parte da Justiça Eleitoral.
Nesta terça-feira (12), deputados e senadores liberais se reunirão com o ministro da economia, Paulo Guedes, conforme informou a repórter Débora Cademartori, em GaúchaZH. A intenção é discutir junto ao ministro pontos da Reforma da Previdência, que será enviada por Jair Bolsonaro ao Congresso nas próximas semanas. O texto esboçado pelo governo traz temas já dispostos em emenda desenhada pelo deputado gaúcho Jerônimo Goergen (PP-RS), que integra a bancada do MBL, e pelo deputado Daniel Coelho (PPS-PE), ainda durante a discussão do projeto enviado por Michel Temer.
Temer, que gastou capital político para se defender de denúncias na Câmara, não conseguiu levar a reforma adiante.
À coluna, Jerônimo Goergen reiterou disposição para apoiar a Reforma da Previdência no governo Bolsonaro e afirmou ter percebido, junto aos eleitores, uma mudança quanto à disposição sobre redefinir as regras para aposentadoria.
— No começo do ano passado, se você falasse em Reforma da Previdência era algo completamente reprovado (junto à população). Hoje já um sentimento da sociedade de que algo precisa ser feito. O ambiente político mudou — avaliou, em conversa com a coluna.
Jerônimo afirmou que a bancada do MBL, da qual faz parte, não está interessada em cargos no governo, mas oferecerá ao ministro Paulo Guedes o nome de Kim Kataguiri como possível relator da proposta na Câmara. A decisão, no entanto, passa muito mais pelo comando da Casa, hoje nas mãos de Rodrigo Maia (DEM).
Além das articulações para a reforma, a bancada do MBL organiza para esta semana a criação da Frente Parlamentar Liberal, que reunirá parlamentares da 'nova direita' e identificados com ideias liberais, independente de partido. Goergen afirma que há interesse de uma série de deputados e senadores em fazer parte do grupo, de legendas como PP, DEM e PSDB.