A deputada federal e ex-governadora do Estado Yeda Crusius (PSDB), que acumula R$ 66 mil em vencimentos mensais em agosto, foi escolhida para integrar a Comissão Especial da Câmara que vai tratar sobre os supersalários. A informação foi confirmada pela própria deputada, em sua página no Facebook. No texto, Yeda faz menção ao projeto de lei 6726/16, que regulamenta o teto do funcionalismo público, e diz que é responsabilidade dela e de todos "fazer valer" essa determinação. Atualmente, o teto para servidores está estipulado em R$ 33.763,00 (salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal).
"É nossa responsabilidade, sua e minha, cidadão e cidadã, fazer valer esse teto. Está na hora de barrar isso", afirmou a deputada tucana.
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Em agosto, a ex-governadora recebeu como vencimentos R$ 66 mil. Isso é possível graças ao acúmulo de dois benefícios. De um lado, o salário de deputada federal, R$ 33.763,00. A esse montante, soma-se a pensão como ex-governadora do Rio Grande do Sul, que é de R$ 30.471,11. No mês de agosto, esta remuneração foi de R$ 32.427,37, porque está incluída uma das 12 parcelas do 13º salário de 2016.
Como cada uma das remunerações não excede o teto, a ex-governadora não é atingida pela regra dos supersalários do funcionalismo. Em abril deste ano, o Supremo Tribunal Federal validou esse entendimento. A Suprema Corte autorizou que um servidor receba remuneração maior que o teto previsto na Constituição (R$ 33,7 mil) caso acumule dois cargos públicos, somando o salário de cada um.