Quem imaginou que um guarda-chuva poderia virar roupa? É isso que a Cós - Costura Consciente e Design Sustentável está fazendo, a partir de 5.777 guarda-chuvas resgatados da enchente.
Localizado no centro cultural Vila Flores, no 4º Distrito de Porto Alegre, o ateliê da marca foi severamente afetado no mês de maio. O espaço ficou alagado por três semanas, resultando na perda de tecidos, motores e bancadas das máquinas de costura, com prejuízo estimado em R$ 40 mil.
Na retomada, a equipe do projeto recebeu as sombrinhas de uma marca parceira atingida pela água, totalizando 485 quilos de resíduos. Há várias etapas envolvidas no processo, desde a triagem dos itens, desmanche e envio daquilo que não será utilizado para a sucata até a higienização e descontaminação dos tecidos.
A partir daí, são criadas peças de moda sustentável. A iniciativa evita que os itens acabem em aterros sanitários e gera renda para as costureiras envolvidas. Atualmente, o projeto emprega dez costureiras — em sua maioria chefes de família — e já beneficiou mais de 70 mulheres.
— A Cós é especialista em transformar resíduos em produtos muito legais. Com essas peças, a gente consegue deixar os dias cinzas e chuvosos mais felizes, coloridos e alegres — diz Marina Anderle Giongo, idealizadora do projeto.
Para bancar essa nova coleção, a empresa lançou uma campanha de pré-venda e financiamento coletivo. É a volta por cima que a marca ansiava depois da enchente.
A iniciativa oferece produtos como necessaires, pochetes e jaquetas, além da possibilidade de doações sem recompensa, com contribuições abertas até esta sexta-feira (11) pelo site apoia.se/somoscos. Já o Instagram pode ser encontrado pelo @somos_cos.
Abaixo, confira um vídeo da equipe da Cós no resgate dos guarda-chuvas:
* Produção: Isadora Terra