O jornalista Caio Cigana colabora com a colunista Juliana Bublitz, titular deste espaço
As recentes tragédias naturais no Estado mostraram a importância de equipes treinadas para intervir em situações em que vidas estão em risco. Pensando exatamente em ter pessoal preparado para dar pronta resposta em episódios do gênero, a Escola de Bombeiros Voluntários localizada no Campus da Universidade de Caxias do Sul (UCS), em São Sebastião do Caí, vem realizando nos últimos dias o Curso Internacional de Intervenção em Desastres.
Entre os instrutores estão membros do grupo Rescate Internacional Topos, organização originada no México e que atuou em vários episódios de terremotos, tsunamis e deslizamentos de terra ocorridos no mundo nas últimas décadas. O curso de imersão foi dividido em duas turmas. No fim de semana, participaram 51 bombeiros voluntários do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Ontem teve início outra turma, com mais 40 pessoas – bombeiros voluntários, agentes da Defesa Civil e do Samu de municípios gaúchos.
O curso inclui oficinas práticas para busca e resgate em áreas inundadas (foto), em matas e em estruturas colapsadas, além do aprendizagem sobre comando e organização de operações. O aprendizado integra uma série de intercâmbios com organizações de outros países. A Escola de Bombeiros Voluntários no Campus da UCS existe há dois anos e, neste período, já capacitou mais de mil pessoas para atuar em situações que vão do combate ao fogo a resgate em áreas de difícil acesso.
O presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários do Rio Grande do Sul (Voluntersul), Anderson Jociel da Rosa, diz que há a intenção de intensificar os treinamentos em função da perspectiva de eventos climáticos extremos mais fortes e repetidos.
– É essencial essa formação. Por que esses eventos que aconteceram no Estado não serão os últimos. É preciso estar mais preparado, para que as consequências sejam menores – observa Rosa.
A pretensão da entidade é ter ainda mais estruturadas forças-tarefas de bombeiros de todo o Estado que possam ser deslocadas para locais de desastres, conforme a natureza do acontecimento. Outra preocupação é capacitar para a atuação na organização e comando do trabalho de resposta e ajuda humanitária. São equipes que poderão atuar inclusive no Exterior. O Rio Grande do Sul tem hoje mais de 50 unidades de bombeiros voluntários.