Foi dada a largada para conceder o viaduto Otávio Rocha para a iniciativa privada. A prefeitura de Porto Alegre contratou a empresa São Paulo Parcerias para desenvolver os estudos necessários para tirar a ideia do papel.
Contratada sem realização de licitação, ela irá receber R$ 1,69 milhão. Os trabalhos serão desempenhados ao longo de dois anos.
Ao final deste prazo, e da realização de consulta e audiência públicas, a prefeitura irá realizar o processo de escolha de quem ficará responsável pelo viaduto. O estudo irá dizer de que forma a empresa que assumir a concessão será remunerada.
- As possibilidades estão vinculadas ao uso das lojinhas, além de espaços para publicidade e realização de eventos. Mas o estudo verá a demanda e se será suficiente ou se o poder público terá que ainda bancar uma parte da conservação - destaca a secretária municipal de Parcerias, Ana Pellini.
A preocupação da prefeitura é o que irá ocorrer com o viaduto após o término da revitalização. Sem alguém que zele pelo espaço, as pichações e depredações voltariam a tomar conta. As obras começaram em novembro do ano passado e têm previsão de término em maio do ano que vem. A reforma está custando R$ 14,85 milhões.
Como os espaços comerciais serão preenchidos e a forma como o viaduto será cuidado após o término das obras, são decisões que deverão ser discutidas nestes estudos. Os lojistas que atuavam no local e tiverem documentação em dia tiveram assegurado o retorno se eles assim desejarem.
A empresa, ligada à prefeitura paulista, já desenvolveu o estudo de revitalização do trecho dois da Orla do Guaíba. Ela também é responsável pelo plano de concessão dos banheiros públicos de Porto Alegre.
- É uma empresa pública do município de São Paulo com quem temos contrato de apoio técnico. Eles estão modelando o Orla 2 também. São especialistas em concessões de espaços públicos - reforça a secretária, que comenta a decisão da prefeitura de não ter realizado licitação para contratá-la.
Reforma
Além da recuperação das paredes pichadas, as lojas do viaduto estão sendo reconstruídas. Elas estão ganhando nova rede elétrica e hidrossanitária. Em dois dos quatro cantos do viaduto haverá banheiros públicos. A Guarda Municipal ganhará uma sala de monitoramento no local.
Todo o piso da calçada e das rampas de acesso para a Rua Duque de Caxias será trocado. Aqueles que puderem ser recuperados serão recolocados. Para auxiliar pessoas com dificuldade de locomoção, um corrimão central será instalado em cada uma das rampas.
A revitalização está sendo executada com recursos recebidos da Corporação Andina de Fomento (CAF) para recuperar a orla do Guaíba. Inaugurada em 1932, a construção foi tombada como patrimônio histórico cultural em outubro de 1988. A última vez que o viaduto de 270 metros de extensão foi recuperado foi em 2001.