Não vai ser no próximo verão; tampouco no de 2025. O tão sonhado viaduto da Estradas do Mar com a RS-407 ainda não entrou na relação de prioridades do governo do Estado de 2023.
Quase um ano após anunciar que pretendia realizar a obra em troca de imóveis de sua propriedade, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) informa que o projeto pouco avançou ao longo deste ano. Em janeiro, faltava atualizar o orçamento da construção. Havia uma expectativa de que, ainda em 2023, seria possível contratar a empresa que iria executar o serviço. Em outubro, a fase é a mesma.
"Essa ideia permanece. Há uma atualização no orçamento da obra que precisa ser realizada, além da definição da área a ser objeto da permuta", informa a autarquia.
Ao final desta etapa, o edital será montado e publicado. A obra deverá ser executada em 12 meses. Dessa forma, é possível prever que o viaduto e a duplicação do trecho da RS-407 não estejam em uso antes do segundo semestre de 2025.
Sonho de década
O projeto voltou a ser avaliado pelo governo gaúcho a partir de uma mobilização da prefeitura de Xangri-lá. A administração municipal contratou uma empresa que atualizou o estudo existente. Ao final do levantamento, o material foi doado ao Estado.
O tão sonhado viaduto terá 170 metros e será construído na RS-407, passando por cima da Estrada do Mar. Ele está orçado em R$ 12,3 milhões, mas estes valores precisam ser atualizados. Além da estrutura, um trecho de 1,3 quilômetro da RS-407 será duplicado entre a Estrada do Mar e o limite com o município de Capão da Canoa, o que irá custar mais R$ 18,1 milhões.
Permuta
O investimento nas obras não deverá sair do caixa único. O governo estuda realizar uma permuta, ou seja, trocar a obra por terrenos do Estado. Quem vencer a licitação realizaria a construção e escolheria imóveis que estão na relação de processos de venda.
O mesmo sistema foi usado na construção do presídio de Sapucaia do Sul. Na ocasião, a empresa Verdi realizou a obra e assumiu o terreno do antigo ginásio da Brigada Militar, que depois foi vendido para uma outra construtora.
Histórico
Há mais de uma década - em 2011 -, o governo do Estado realizou estudo sobre a viabilidade de construir o viaduto e realizar a ampliação de tráfego da RS-407. Em 2014, o termo de referência sobre a estrutura foi finalizado. A projeção indicava um viaduto de 750 metros de comprimento com investimento de R$ 11 milhões. Por falta de dinheiro, o projeto ficou esquecido.
Em novembro de 2017, o governo decidiu retomar os estudos para erguer o viaduto. A construção ficou menor e a ampliação de tráfego da RS-407 foi abandonada. Os valores foram revistos e reduzidos para R$ 4,28 milhões. A licitação foi lançada em junho de 2018. Inclusive, o Palácio Piratini chegou a prometer o término dos serviços para o verão de 2019.
Os trabalhos deveriam ser executados em seis meses. Porém, em junho de 2019, mesmo já tendo realizado a escolha da empresa responsável pela construção, o Daer cancelou a concorrência, pois havia falta de recursos e o projeto não previa obras no entorno do viaduto. Na ocasião, a autarquia informou que buscou investir em "obras próximas da conclusão e rodovias em pior estado de trafegabilidade.