A insegurança tomou conta do setor de ferrovias no Rio Grande do Sul. No final de 2022, o Estado registrou ao menos três descarrilamentos de trens suspeitos.
Um deles foi registrado em 21 de novembro, em Guaporé. Nos 45 vagões eram transportados, ao todo, 3 milhões de litros de gasolina, sendo que 60 mil litros, transportados no vagão danificado, vazaram no Rio Guaporé após o descarrilamento. O trem seguia de Canoas para Passo Fundo.
A Rumo Malha Sul - responsável pela administração das ferrovias no Rio Grande do Sul - informa que foi vítima de uma ação criminosa. Segundo a coluna apurou, a suspeita de sabotagem ocorre porque foram encontrados parafusos soltos ao lado dos trilhos sem que tenha ocorrido algum furto ou roubo.
Por causa da recorrências dos casos, a empresa chegou, inclusive, a usar trens batedores para fazer o trajeto na frente dos veículos de carga. Apesar das ocorrências, a empresa afirma que ninguém se feriu.
"Em relação aos casos que envolvem suspeita de sabotagem ou qualquer atitude suspeita nas linhas férreas, a empresa sempre busca colaborar com as investigações e registra boletins de ocorrência para que as autoridades policiais possam tomar as medidas necessárias na identificação dos infratores", explicou a Rumo por meio de sua assessoria.
A empresa diz estar aguardando as apurações dos órgãos de segurança pública local. Não há informação se os ataques tiveram cunho político ou se tinham como pano de fundo outros fatores.
Polícias Civil e Federal foram contatadas e ainda não informaram quais providências estão sendo tomadas. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) confirma as suspeitas e diz ter tomado providências.
"Além de oficiar à concessionária a tomar as medidas para evitar novas ocorrência, a ANTT oficiou a Superintendência Regional de Polícia Federal de Porto Alegre-RS com as denúncias dos atos para conhecimento e avaliação da necessidade ou não de atuação daquele órgão", diz a nota da agência.
A Rumo administra 1,65 mil quilômetros de ferrovias no Rio Grande do Sul. O montante é praticamente a metade do traçado do início do contrato. Em 1997, 3,15 mil quilômetros estavam ativos. O contrato se encerra em 2027.
A participação do modal na distribuição de transportes é de aproximadamente 15% no Brasil e de apenas 6% no Rio Grande do Sul. Seu principal concorrente é o transporte rodoviário.