A notícia não é boa. A obra de macrodrenagem do Arroio Areia, que está sendo realizada na Avenida Nilo Peçanha, tem um erro de execução.
O problema foi percebido pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) na última terça-feira (19). Nesta segunda-feira, o diretor-geral do departamento, Alexandre Garcia, vistoriou a obra, que foi iniciada em julho de 2021 .
Segundo ele, há um erro de declividade no posicionamento dos canos. Isso faz aumentar a velocidade com que a água passe pelos tubos, instalados a seis metros de profundidade.
A responsabilidade pela execução é do consórcio ACA BRASIL/ANGOLCA/ACA/RGS/DOLPHIN. Uma delas, a RGS, é a mesma que construiu o trecho três da orla do Guaíba e que irá realizar as obras do Quadrilátero Central.
De acordo com Alexandre Garcia, uma solução alternativa está sendo analisada. Técnicos estão avaliando a possibilidade de se colocar uma camada de cimento por dentro do tubo, do ponto mais alto para o mais baixo. Isso deixaria o tubo mais pegajoso à água, possibilitando uma redução na velocidade que a água passa pelos canos.
Na quarta-feira (27), o Dmae terá uma resposta se será possível realizar essa intervenção. Se for viável, o tráfego na Nilo Peçanha será liberado na sexta-feira (29). Mesmo assim, uma faixa da pista na frente da Rua José Antônio Aranha, no sentido centro-bairro, permanecerá bloqueada por mais dois meses. No local, ainda está sendo cavado um túnel, de seis metros de profundidade.
Se essa intervenção for considerada ineficaz, a obra será refeita. Os canos - que estão a dois metros de profundidade - precisarão ser removidos e reinstalados, sendo necessário reabrir o buraco que foi aberto ao longo da Nilo Peçanha. Neste cenário, seriam necessários mais quatro semanas de obras.
Afora isso, Alexandre Garcia informa que já notificou o consórcio por conta dos erros. Além disso, qualquer uma das intervenções necessárias serão realizadas sem ônus adicionais para a prefeitura.
- A obra já está muito atrasada. Foram muitos erros da empresa. A prefeitura já tomou as medidas cabíveis - destaca o diretor-presidente do Dmae.
A coluna procurou o consórcio. As empresas se manifestaram por nota:
Durante a execução da obra, face ao início das obras de um empreendimento não previsto à época do projeto, com geração de contribuição significativa de águas pluviais, o Consórcio, com vistas a garantir a plena funcionalidade do sistema de escoamento de águas pluviais na região, teve que alterar o diâmetro da tubulação naquele segmento, de 11 metros de extensão, que era de diâmetro nominal de 800 milímetros (DN = 800mm ou DN = 0,8m), para uma tubulação de diâmetro nominal DN= 1000mm (ou DN=1,00m). As alterações realizadas durante a execução das obras, com aumento do diâmetro da tubulação da nova rede para DN=1000mm, sofreu interferência de uma rede existente não cadastrada, o que irá demandar um ajuste de cota nesses 11 metros de tubulação. Rafael Sacchi - Responsável Técnico do Consórcio ACA BRASIL/ANGOLCA/ACA/RGS/DOLPHIN
Macrodrenagem
Sete das 26 obras planejadas pela prefeitura para melhorar o sistema de drenagem da chuva no Arroio Areia já foram concluídas. Entre novas galerias e reservatórios, serão investidos cerca de R$ 107 milhões, provenientes do Ministério do Desenvolvimento Regional e de contrapartida da prefeitura de cerca de R$ 1,3 milhão. A estimativa da prefeitura é diminuir o efeito dos alagamentos e enchentes para 180 mil moradores de 14 bairros de Porto Alegre.
Problema de segurança
Por causa das obras, assaltos começaram a ocorrer na região. A Brigada Militar precisou reforçar o policiamento para coibir novos ataques aos motoristas.