Em abril, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e as empresas de ônibus já haviam batido o martelo. O valor da tarifa técnica da passagem de ônibus para 2021 é de R$ 5,20.
De lá para cá, dois meses se passaram, muitas reuniões foram realizadas, mas o valor não foi alterado. Na quarta-feira, a EPTC encaminhou a mesma proposta para o Conselho Municipal de Transportes (Comtu). Seus integrantes realizarão, na próxima terça-feira (15), os cálculos necessários e definirão o percentual de reajuste a ser aplicado.
O secretário municipal de Mobilidade Urbana de Porto Alegre garante que a passagem custará menos do que foi sugerido pela EPTC. Segundo Luiz Fernando Záchia, o prefeito não admite este valor e fala que a tarifa não pode passar de R$ 4,90.
Porém, se as regras do contrato com as empresas de ônibus não forem alteradas em junho, só há duas alternativas possíveis: ou a prefeitura seguirá repassando subsídio às empresas de ônibus - o que Melo garantiu que não mais faria - ou o número de passageiros transportados mensalmente precisa subir, e bastante.
Em maio, 7,1 milhões de passageiros usaram o transporte público de Porto Alegre. Para que o sistema não seja deficitário, seria necessário aumentar esse montante em 2 milhões.
E estes 9,1 milhões de usuários precisariam ser transportados com a atual oferta de ônibus e horários, que é 40% inferior ao previsto em contrato. Como é muito difícil conseguir trazer tantos passageiros em um curto espaço de tempo, ou o prefeito mudou de opinião e seguirá abrindo os cofres do município para subsidiar as empresas, ou está se contando com o ovo antes de a galinha pôr.
Além disso, as propostas para diminuir isenções atuais de usuários e demais ações que dependem de aprovação de projeto na Câmara, o histórico sobre o tema já demonstrou que qualquer alteração sempre é precedida de meses de debates e discussões entre os vereadores.
Outra conta que a prefeitura precisa se preocupar: o congelamento do preço da passagem em R$ 4,55 valia entre fevereiro e abril. Dessa forma, a prefeitura tem uma dívida em maio e parte de junho que precisa ser quitada com as empresas. Por enquanto, a secretaria municipal de Mobilidade Urbana ainda não informou como esse saldo será zerado.