Os quase 20 dias de chuva registrados em maio atrapalharam o andamento das obras da trincheira da Ceará, na zona norte de Porto Alegre. Porém, dos 27 dias de junho, 26 foram de tempo seco. Dessa forma, pelo menos até agora, há expectativa do secretário adjunto do Planejamento e Gestão de Porto Alegre, Daniel Rigon, que o prazo segue mantido. A obra deverá ser concluída em outubro, em até 124 dias.
Desde que os trabalhos foram intensificados pelo consórcio de empresas formado pelas construtoras Conpasul, Sogel e Toniolo Busnello, há três meses, já ocorreram reparos nas infiltrações e ajustes em parte do asfalto. Falta ainda concluir a pavimentação e sinalização, colocação das barreiras de segurança no interior da trincheira e nos acessos, realizar a instalação da iluminação, das bombas de drenagem e fazer a instalação de uma tela nas paredes da parte interna da trincheira.
As empresas têm a receber aproximadamente R$ 600 mil de dívidas passadas e mais outros R$ 190 mil executados conforme a última medição de execução. A promessa de Rigon é que os valores serão quitados na primeira quinzena de julho.
A obra está 96% concluída. Projetada ao custo de R$ 29,5 milhões, ela está custando atualmente R$ 39,37 milhões aos cofres públicos.
Já são 2311 dias de desvios de trânsito na região. Deste período, por quase dois anos a obra esteve parada por falta de dinheiro e erro de projeto.
Histórico de problemas
A ordem de início da obra foi dada em dezembro de 2012. Os desvios no trânsito iniciaram-se em fevereiro de 2013. Os trabalhos começaram logo em seguida e tinha prazo contratual de execução de três anos. Mesmo assim, a prefeitura quis inverter a lógica de que obra sempre atrasa e anunciou que os trabalhos seriam executados um ano e meio antes do prazo, para a Copa do Mundo de 2014.
Com problemas de projeto, que não previu que a área era alagadiça, a obra precisou passar por ajustes. Os estudos foram doados por empresários. A prefeitura aceitou, pois corria contra o tempo para conseguir verba com o governo federal para garantir mais recursos do que outras capitais que sediaram o mundial.
Em outubro de 2014, a prefeitura chegou a anunciar que lançaria uma nova licitação, após os responsáveis pelo contrato terem manifestado a desistência da obra. Um mês depois, as empresas anunciaram que mudaram de ideia, decidiram aceitar o reajuste proposto pela prefeitura e retomaram os trabalhos.
Em março de 2018, quando participou do ato de retomada das obras, o prefeito Nelson Marchezan prometeu entregar a obra em setembro do ano passado. Depois disso, o término foi postergado para dezembro e depois para fevereiro de 2019, e agora já está em outubro.