O general Fernando Soares, que chefiava até esta semana o Comando Militar do Sul (CMS), assume nesta terça-feira (4) a chefia do comando do Estado-Maior do Exército. Na prática, virou o segundo cargo na corporação, logo abaixo do comandante, general Tomás Paiva.
Soares é carioca, está com 62 anos e desde os 15 atua no meio militar, época em que ingressou na Escola Preparatória de Cadetes, em Campinas (SP). Ele foi instrutor na prestigiada Academia das Agulhas Negras (Aman) e da Escola de Comando e Estado-Maior, no Rio. Foi também observador militar das Nações Unidas em Moçambique (quando o país africano estava em guerra civil), adido militar na Embaixada do Brasil no Suriname e subcomandante do Batalhão Brasileiro da Força de Paz no Haiti.
O antigo chefe do Estado-Maior, o general gaúcho Valério Stumpf Trindade, está indo para a reserva e vai assumir a Fundação Habitacional do Exército (FHE), responsável por gerir a Associação de Poupança e Empréstimo — Poupex, uma espécie de fundo destinado a militares.
No Comando Militar do Sul (CMS) assume dia 13 o general Hertz Pires do Nascimento, carioca, mas com longas passagens pelo Sul. Comandou a 3ª Divisão de Exército (Santa Maria), o 7º Regimento de Cavalaria Mecanizada (Santana do Livramento) e a 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (Bagé). No Exterior, cursou a Escola de Blindados do exército da Bélgica, realizou os cursos de Operações Psicológicas e Assuntos Civis no Fort Bragg (Estados Unidos) e de Treinamento Militar e Programa de Cooperação de Língua Inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), no Canadá. Foi ainda chefe da Seção de Operações Psicológicas e Assuntos Civis da Minustah, a força de paz brasileira no Haiti.
Essas são apenas algumas das dezenas de trocas e promoções que acontecem ao longo de duas semanas. Não só no Exército, mas em todas as Forças Armadas. Antes que o leitor pergunte: não são reflexo da conjuntura política. São movimentações internas na caserna, a maioria delas baseada em antiguidade, não em simpatia ou afinidades ideológicas.
As trocas de integrantes do Estado-Maior e dos comandos regionais acontecem a cada dois anos, em média, por exemplo. Nesta semana também acontece a promoção de oficiais, algo corriqueiro e muito esperado. No Exército três serão promovidos a general do Exército, o mais alto posto na carreira funcional. Quatro serão promovidos a general de Divisão e 10, a general de Brigada (os mais novos no generalato, que receberão uma espada nova, como ritual). Todos, assim como os novos oficiais-generais da Aeronáutica e da Marinha, se apresentarão ao ministro da Defesa e ao presidente da República, no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (4). É vida que segue.