Ao ver movimentação de tropas no dia das eleições, não tire conclusões precipitadas. É provável que os militares tenham sido convocados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para assegurar tranquilidade aos eleitores de locais conturbados.
As Forças Armadas atuam desde 1965 em operações de Garantia de Votação e Apuração (GVA), a pedido do TSE. São requisitadas para apoio logístico no transporte de urnas eletrônicas, pessoas e materiais para locais de difícil acesso. E, também, em auxílio à manutenção da ordem pública em localidades em que a segurança precise de suporte extra para que as eleições transcorram dentro da normalidade.
Em muitos locais isso é feito para evitar que o policiamento seja usado em benefício de algum governante ou chefe político.
Este ano as Forças Armadas atuarão em 561 localidades de 11 Estados. O Rio Grande do Sul não está entre eles, até porque o governo gaúcho abriu mão dessa prerrogativa (nunca pediu auxílio federal em tempos democráticos, aliás).
A abrangência é até menor que em 2020, quando as Forças Armadas atuaram em 613 municípios. Serão cerca de 20 mil militares em ação. O maior contingente de tropas federais agirá no Rio de Janeiro, em 167 municípios. Seguem-se ao RJ o Maranhão (97 localidades) e o Piauí (85 cidades). Também foram designadas tropas para atuar no Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará e Tocantins. Entre as solicitações está o apoio logístico em terras indígenas.
Ao todo, as Forças Armadas devem receber R$ 110,6 milhões do TSE, neste ano, para ajudar na organização das eleições.
Caso ocorram distúrbios pós-eleitorais, o Exército pode apelar também para operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Elas incluem proibição de acesso da população a áreas estratégicas, como prédios governamentais, refinarias, aeroportos e portos. Não há, no momento, perspectiva de uso das tropas para esse tipo de ação.