A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A nova safra recém iniciou no Estado, mas as nogueiras em plena brotação já começam a desenhar o tamanho da próxima colheita gaúcha de noz pecan. Entre novas folhas e gomos, o que germina até o momento "é bastante positivo", disse Eduardo Basso, presidente do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), à coluna:
— É cedo para fazer qualquer previsão. Mas o que se vê é que está vindo muito broto. As nogueiras estão lindas de olhar.
No entanto, considerando a alternância natural dos pomares de nogueiras — que produzem, em um ano, safra cheia, e em outro, pouca coisa —, a expectativa inicial é de que, neste, a produção seja recorde. No país, o IBPecan projeta uma colheita de 7 mil toneladas do fruto. Desse volume, 65% deve vir do Rio Grande do Sul.
Além do chamado "ano off e ano on", Basso também cita como outro fator o crescimento de área plantada em produção comercial na próxima safra. Dos 7 mil hectares em todo o país, a área deve passar para 7,5 mil hectares.
— O que pode refletir, também, em uma maior produção — conclui o dirigente.
O tamanho da colheita de fato só será conhecido a partir das próximas semanas, pondera Demian Segatto, produtor do fruto em Pantano Grande, no Vale do Rio Pardo:
— É bem importante que nós tenhamos algumas semanas de tempo seco, porque o excesso de umidade no ar deixa o pólen mais pesado e torna mais difícil a polinização (que, no caso das nogueiras, ocorre apenas pelo ar).
Na última safra, a tragédia climática atingiu em cheio os pomares de pecan no Estado. A produção, que neste ano é estimada em 7 mil toneladas, acabou caindo pela metade.