A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
É em meio às mudanças climáticas e de olho nas profissões do futuro no campo que o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) lançou, neste mês, um curso superior em agroecologia. Com inscrições abertas até segunda-feira (14), as aulas começam no primeiro semestre de 2025, no campus Restinga, um ponto verde em meio à capital gaúcha.
De acordo com a professora Potira Preiss, a ideia de criar o primeiro curso do tipo na Região Metropolitana foi para formar profissionais adaptados às necessidades dos próximos anos:
— O agroecólogo é a profissão do futuro no agro. Para que a gente consiga produzir alimento de maneira sustentável, criando, ao mesmo tempo, adaptações às mudanças climáticas. É uma maneira, também, de produzir alimentos de qualidade para quem não tem acesso.
A iniciativa surgiu de uma demanda dos próprios alunos. De 2017 até então, a instituição possuía somente um curso técnico sobre agroecologia, integrado ao Ensino Médio.
— Muitos estudantes se formam no técnico e perguntam se tem como seguir adiante. Agora tem. Comunidades de produtores orgânicos também sentem falta de técnicos para orientá-los, por exemplo — contextualiza Jovani Zalamena, professor e coordenador do curso.
Um ponto verde em meio à Capital, o campus Restinga possui agroflorestas, pomares, hortas, laboratório de solos e estufas. Para o novo curso, a modalidade será noturna, com duração de três anos e 32 vagas por ano.
Entre os assuntos a serem vistos em sala de aula, a história de movimentos sociais, a certificação dos orgânicos e o gerenciamento de negócios. Haverá ainda projetos de extensão, para ampliar as paredes físicas do instituto, explica Jovani:
— Nosso objetivo é que os alunos façam projetos de extensão na periferia onde estamos localizados. Que ensinem a comunidade local a separar resíduos orgânicos, a fazer compostagem, a produzir seu próprio alimento.
Para se inscrever e participar do processo seletivo, é necessário acessar o site do Instituto Federal até segunda-feira (14). Depois, pode-se usar a nota do Enem ou fazer uma prova de conhecimentos gerais.