A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Com as malas prontas para Baku, no Azerbaijão, o agronegócio brasileiro trouxe à mesa nesta quarta-feira (9) as propostas que levarão na bagagem para a 29ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), entre os dias 11 e 22 de novembro. As medidas são da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e foram compiladas e entregues por meio de um posicionamento, em Brasília, ao governo federal e à bancada ruralista. Da necessidade de financiamento específico voltado a soluções climáticas à consolidação das negociações referentes ao mercado de carbono, a entidade representativa do setor coloca o agro, em todas elas, como parte da solução.
A principal proposta, aguardada, inclusive, com grande expectativa por parte da CNA, é a de uma nova meta global de financiamentos climáticos.
— É fundamental, e a maior decisão dessa COP29 porque, dela, vai se derivar toda a viabilidade de ações de mitigação, adaptação climática e transferência de tecnologia nos países subdesenvolvidos — explicou à coluna Muni Lourenço, presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA.
Sem o financiamento, continua o dirigente, o alcance das ações necessárias para atingir os objetivos do Acordo de Paris será menor. E, no documento da CNA, a entidade argumenta ser indispensável o cumprimento das metas desse acordo na agricultura, "para assegurar uma produção sustentável e resiliente, garantir a disponibilidade e o acesso a alimentos nutritivos e aprimorar os sistemas alimentares".
— O agro é parte da solução para os desafios climáticos — reforçou esse entendimento o presidente CNA, João Martins, durante a entrega do posicionamento da entidade à COP29.
Além da nova meta de financiamento, outros pontos considerados essenciais para o Brasil pela CNA nas negociações climáticas da COP29 são a adoção e o andamento do cronograma do Grupo de Sharm El-Sheikh (de ações climáticas na agricultura e segurança alimentar); a consolidação das negociações referentes ao mercado de carbono; e "a atenção especial aos acordos e declarações de alto nível político". Neste último ponto, a CNA pede que o governo federal não defina novos compromissos climáticos sem antes ouvir o setor agropecuário.