Uma das principais reivindicações de produtores do Rio Grande do Sul atingidos pela catástrofe climática ganha, a partir de amanhã, uma nova etapa. É quando está marcada a reabertura do protocolo para operações da linha de capital de giro viabilizada com recursos do Fundo Social.
Esse é o crédito que teve uma liberação, em um primeiro momento, de R$ 412 milhões — que se esgotou em minutos. O aporte de R$ 5 bilhões, sinalizado na Expointer e concretizado na semana passada, abre nova janela de oportunidade — que deve ser tão concorrida como a primeira, pelas estimativas da demanda do setor.
Uma portaria do Ministério da Fazenda publicada na quarta-feira (30) trouxe uma alteração importante, que vai ao encontro de outra necessidade apontada. Na prática, faz com que os R$ 5 bi aportados sejam acessados exclusivamente por produtores, cooperativas e cerealistas — os recursos do Fundo Social podiam ser acessados também por outros segmentos. Ainda que a quantia seja considerada insuficiente para atender a todos os produtores, a alteração aumenta a possibilidade de alcance.
— Temos produtores que estão aguardando essa linha do BNDES e estão com uma enorme dificuldade. Muitos não conseguiram acessar o novo (financiamento de) custeio. Sem resolver a outra dívida, não tem como buscar esse recurso para comprar os insumos agrícolas da próxima safra — pondera Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS).
A linha de capital de giro com recursos do fundo social é a mais aguardada medida de apoio a produtores afetados pela catástrofe climática porque é a única que engloba os financiamentos a juro livre. O objetivo do novo empréstimo é pagar as parcelas por vencer, mantendo a adimplência e o acesso do agricultor às ferramentas que viabilizam o exercício da atividade na nova safra.