A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Em meio a montanhas de lixo que ainda se concentram em algumas ruas no bairro Mathias Velho, em Canoas, a solidariedade vai, aos poucos, colorindo o que até então estava coberto por barro. Na casa de Karine Silva, onde a água chegou no telhado, uma das doações chamou a atenção de vizinhos: camas de papelão.
— Muitas pessoas vieram me perguntar se eram de papelão mesmo. Mas são, incrivelmente, bem resistentes — afirma Karine, entre risos e choros.
As três camas foram doadas pela AGCO, fabricante de equipamentos agrícolas das marcas Massey Ferguson, onde Karine trabalha na logística da unidade de Canoas. O projeto foi idealizado pela AGCO de Jundiaí (SP), e a produção ficou a cargo da Fênix Paper, fornecedora da matéria-prima para peças da empresa. Feitas 100% de papelão, as camas suportam até 130 quilos. A resistência vem de várias camadas do material.
De acordo com Claudia Berndt, supervisora de logística AGCO Canoas, foi uma das ações adotadas pela empresa para ajudar às vítimas da enchente:
— Não é uma solução definitiva, mas uma temporária boa.