
Foi como raras vezes que a Expodireto começou com chuva. As gotas que caíam sobre o parque e as lavouras de Não-Me-Toque na manhã de segunda-feira (4) traziam um cenário muito diferente do registrado em igual período do ano passado. Naquela ocasião, o Estado enfrentava uma sequência de estiagens, que derrubou a produção e travou a economia.
— Há 12 meses, chegava em Não-Me-Toque e ao Estado uma seca sem precedentes. Hoje chego aqui e vejo essa chuva abençoada — comparou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na abertura.
A chuva que cai nesse momento da safra é vital. Lavouras de soja estão em um período em que a umidade não pode faltar, sob pena de impactar a produtividade. E aos mais incautos pode diluir preocupações e causar uma ilusão de ótica momentânea de que “está tudo resolvido”.
Talvez até pelo histórico recente, não foi o que se que viu, ou melhor, o que se ouviu, no primeiro dia de feira. A irrigação foi assunto recorrente, dos problemas já conhecidos à ideia de se criar um fundo para a cobertura de perdas, capaz de amparar os produtores nos momentos de intempéries.
— Uma coisa que estamos defendendo fazer é um seguro global, para o Brasil, para que todas as entidades possam participar desse fundo: cooperativas, comerciantes, indústrias. É um tema que tem de se falar o ano todo — disse em entrevista à coluna o presidente da Expodireto Cotrijal, Nei César Mânica.
A ideia de se criar um fundo tem inspiração no Estado de Goiás, no Centro-Oeste, governado por Ronaldo Caiado, que também marcou presença na abertura. O presidente da Assembleia Legislativa do RS, deputado Adolfo Brito, destacou a necessidade de serem feitas mudanças na legislação do RS para fazer a irrigação avançar. O tema é a diretriz da sua gestão.
— Para fazer uma lei que seja possível ao agricultor plantar. Nada melhor do que um campo como esse para a gente jogar esse jogo — disse, em referência ao debate sobre o tema quer estará na Expodireto.
Nesta segunda-feira (4), será aberta a consulta pública para modificações na resolução 323/2016 do Consema, que trata sobre o licenciamento para a irrigação no Rio Grande do Sul. Uma minuta de proposta será apresentada e ficará aberta às sugestões por 30 dias.