Com um cenário mais desafiador do que nunca, o produtor de leite tem se reinventado não só para se manter na atividade, mas para buscar a sucessão. Nesse caminho que conecta passado, presente e futuro, a tecnologia aparece como uma grande aliada.
Pode parecer leitura de pensamento, mas, na verdade, trata-se da tecnologia a serviço da produção de leite. As coleiras produzidas pela Cowmed, que nasceu como startup da Universidade Federal de Santa Maria e ganhou o mundo como ferramenta de gestão, são um dos recursos que ajudam o agricultor a gerenciar a atividade em tempos de grandes desafios, como o atual.
O sistema desenvolvido para monitorar em tempo real as vacas leiteiras tem sido utilizado por produtores da Cotribá, cooperativa com sede em Ibirubá. Por meio de um aplicativo, conectado à coleira usada pela fêmea, é possível acompanhar na tela do celular indicadores relacionados à saude e à produção.
— Permite que as vacas sejam ouvidas, dá "voz" a elas — compara Thiago Martins, CEO e fundador da Cowmed.
Mas a inovação não para por aí. O uso de robôs para o trabalho da ordenha é apontado como uma tendência pelo presidente da Cotribá, Celso Krug:
— A gente vê as propriedades caminhando para a robotização. Veio para ficar, para o produtor ser mais eficiente.
Foi com esse objetivo que a Fazenda Muraro, de Nova Araçá, investiu na robotização, há dois anos. Os resultados, já aparecem na produtividade, como relatou o jovem produtor Vagner Muraro, no evento Campo em Debate, realizado nesta segunda-feira (28), na Expointer.
— A tecnologia vem para facilitar e transformar o herdeiro em sucessor — sintetizou Enio Nascimento, vice-presidente da cooperativa.