A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Mesmo com uma queda nos custos de produção que chega a 30,5% no acumulado em 12 meses, o produtor ainda sente o bolso pesar ao ir às compras no Rio Grande do Sul. É o que aponta o dado da inflação do agronegócio medido pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) no mês de maio.
O principal fator é a base de comparação, explica a economista da Farsul, Danielle Guimarães. O ano de 2021 foi o de maior alta das despesas para o produtor rural desde o início da série histórica, de 51,39%.
— Por mais que tenhamos tido forte queda de custo mês a mês desde junho do ano passado, as altas foram tão expressivas antes que, olhando para a série histórica, observamos que os custos ainda estão em patamares elevados — esclarece Danielle.
O principal insumo que tem puxado o recuo é o fertilizante. De acordo com a economista, o produto viveu dois movimentos de alta no Estado, o primeiro com a taxa de câmbio durante a pandemia e o segundo com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
— Surgiu um medo de desabastecimento no Brasil, mas se viu que o país conseguiu acessar o mercado externo e acabamos formando estoques. Estamos vendo o mercado se readequando depois de dois períodos de alta — analisa ainda.
A boa notícia é que, se a tendência de queda continuar, projeta Danielle, o produtor poderá comprar insumos para a safra de verão com preços melhores do que os que encarou até agora, desde 2021.