A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Diante de nova onda de casos de influenza aviária no mundo, a aplicação ou não da vacina contra o vírus nos animais volta ao debate. Nesta semana, em reunião sobre o tema na França, a Organização Mundial de Saúde Animal defendeu que os governos considerem a vacinação de aves para evitar uma nova pandemia. Atualmente, países grandes produtores de carne de frango, como os Estados Unidos e o Brasil, não vacinam contra a doença.
No Brasil, o motivo está no fato de que as granjas comerciais, que abrigam os animais aptos à vacinação, seguem sem registro do vírus, explica o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. Os casos detectados, até agora, foram em aves silvestres, no Sudeste. No setor pecuário, a vacinação é usada em casos de necessidade de contenção, em razão do custo.
Nos Estados Unidos, em que há casos do vírus em plantéis, a não aplicação se deve por receio de restrições comerciais.
— A vacina é uma ferramenta possível entre tantas outras. É uma opção de acordo com o cenário epidemiológico de uma região — esclarece Fernando Groff, chefe da Divisão de Vigilância Sanitária Animal da Secretaria Estadual da Agricultura do RS.
Ainda assim, caso seja detectada a doença em granjas comerciais no Brasil, não está prevista a vacinação no Plano Nacional de Sanidade Avícola. O trabalho deve ser de monitoramento (que vem sendo feito, com testagens de animais, por exemplo) e de erradicação de focos.
Cenário que, na avaliação do superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, José Cleber Dias de Souza, está distante:
— O Brasil está em um estágio anterior ao de países que adotaram a vacinação e estamos realizando todos os esforços para que permaneçamos nessa condição.