Pelo menos metade da carne bovina que foi consumida no Rio Grande do Sul em 2022 não veio dos rebanhos gaúchos, mas de Estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Foram cerca de 200 mil toneladas no ano passado. A informação é inédita e foi divulgada nesta segunda-feira (6) em novo balanço que passa a ser feito pelo Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (NESPro) da UFRGS em parceria com a Secretaria da Fazenda.
— Isso mostra que o Estado não é autossuficiente em carne bovina, uma informação importante que antes não se tinha conhecimento — salienta o coordenador do NESPro da UFRGS, Júlio Barcellos.
O novo balanço será publicado junto da carta conjuntural, que é atualizada trimestralmente pelo núcleo de estudos. Nesta sexta edição, outros dados chamaram a atenção, como o tamanho do rebanho e o número de abates. O Estado fechou 2022 com um rebanho de 11,9 milhões de animais, uma alta de 8,2% sobre o ano anterior, e 1,8 milhão abatidos, crescimento de 2% na mesma comparação.
— O número de abate cresceu principalmente porque o preço pago ao produtor diminuiu (em 17% em 2022). Isso estimulou que o produtor vendesse mais animais — explicou Barcellos.
Em relação ao rebanho, o coordenador atribui à alta o momento favorável de pecuária de 2021, quando nasceram mais terneiros.
*Colaborou Carolina Pastl