As geadas tardias dos últimos dias em regiões como Campanha e Serra não devem atrapalhar o Rio Grande do Sul de colher uma safra recorde de trigo. Considerada a galinha dos ovos de ouro dos produtores gaúchos neste ano, depois da frustração do último verão, a projeção de quase 4,7 milhões de toneladas do cereal da Emater está mantida.
O meteorologista da Secretaria da Agricultura, Flávio Varone, explica:
— Com a entrada dessa massa de ar mais seco e frio, nos dias 1º e 2 (de novembro), nós tivemos temperaturas que chegaram próximo a 0 graus e a ocorrência de geadas tardias. Mas foram isoladas, nada que comprometa o rendimento.
E não é só o trigo que pode ser considerado “são e salvo” no momento. A safra de inverno como um todo — assim como a de verão, por enquanto — também. Na Serra, por exemplo, o assessor da diretoria técnica da Emater, Elder Dal Prá, conta que a geada tardia afetou lavouras de milho, onde a semeadura já havia sido realizada, e a canola em Santa Rosa, em fase de colheita.
— (No caso do milho,) é difícil estimar qual o reflexo do dano nesse momento. Talvez haja uma diminuição do potencial produtivo. Ou a necessidade de replantio — projeta o técnico.
Na próxima semana, o tempo seco e mais frio na maior parte do Estado deve continuar, de acordo com Varone. Por isso, pelo menos para os produtores que estão colhendo a safra de inverno, a previsão é boa: indica que o pior já passou.
Situação de cada cultura
- Trigo: 12% dos 1,5 milhão de hectares foram colhidos
- Canola, cevada e aveia: também já estão em fase de colheita, sendo que, dos 350,6 mil hectares de aveia, 23% já foi colhido
- Soja: plantio dos 6,6 milhões de hectares começou, mas a passos lentos
- Milho: 76% dos 831,8 mil hectares foram plantados
- Arroz: 76% dos 862,5 mil hectares foram plantados
(Fonte: Emater e Irga)
*Colaborou Carolina Pastl