A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Além de perdas em lavouras de milho e soja, a estiagem também está provocando focos de incêndio em campos abertos no Estado. Municípios da Fronteira Oeste como Quaraí e Santana do Livramento e do Noroeste como Alto Alegre e Não-Me-Toque registraram ocorrência de pelo menos 11 focos de fogo entre as últimas semanas de 2021 e a primeira de 2022. Foram queimadas matas, pastagens e campos abertos com palha de trigo que aguardavam a volta da chuva para iniciar o plantio de soja.
— A temperatura está muito alta e o solo está seco pela falta de chuva, o que facilita o surgimento desses episódios — observa o produtor Alex Morgan, de Alto Alegre.
No caso das pastagens, além dos incêndios, há também produtores que vivem prejuízos de qualidade, conforme explicou ontem a coluna. Um levantamento da Emater aponta que as perdas já chegam a 60% no Estado. O produtor Maiquel Junges, de Não-Me-Toque, vive essa realidade de perto. A pastagem de sorgo plantada em outubro que deveria ter rendido até agora três ou quatro pastejos, deu apenas um. Agora, Junges está precisando usar silagem, que também não é de boa qualidade por causa da estiagem, e ração, que é mais cara, para complementar a alimentação dos animais.
— A produção de leite das minhas 20 vacas caiu já 20%, o que significa menos R$ 2,5 mil por mês — preocupa-se o produtor.
*Colaborou Carolina Pastl