Com unidades espalhadas pelo Brasil inteiro, a escolha do Rio Grande do Sul para receber um investimento mais substancial, de R$ 1,7 bilhão da JBS, não foi fruto do acaso. Com presença consolidada no Estado, atuando em 25 municípios, com 12 unidades de produção e 18 mil colaboradores, a empresa entendeu ter no território gaúcho condições favoráveis para o projeto de expansão. A começar pela mão de obra qualificada, explica José Antônio Ribas Júnior, diretor de Agropecuária da JBS. Essa especialização, acrescenta, traz a possibilidade de produção de um mix de itens de alto valor.
Outro ponto favorável é o status sanitário diferenciado, que deve ganhar no próximo mês um adicional, com a certificação, a ser confirmada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), de zona livre de febre aftosa sem vacinação.
— Quando falamos em acessar mercados relevantes, esse status é ingresso para participar do jogo — observa o diretor.
E tem ainda a infraestrutura de serviços já existente no entorno dessas plantas que serão ampliadas. Ao longo do anúncio feito com o governo do Estado, o presidente da JBS, Wesley Batista Júnior, falou sobre a importância do apoio do poder público para fazer "um investimento desse tamanho". O suporte a que se refere tem relação com a desburocratização no caminho para a execução do projeto:
— É a agilização dos processos. Primeiro com as licenças, e para conseguir colocar o empreendimento de pé. Rigorosamente respeitando as regras, mas sem exagerar nos prazos — pontua Ribas.
O aporte será direcionado para três das quatro áreas de atuação da JBS no Rio Grande do Sul. Do total, 35% irá para plantas de frango em Trindade do Sul, Passo Fundo, Caxias do Sul e Nova Bassano. Outros 32% serão aplicados no frigorífico de suínos em Seberi. E 33% nas unidades de alimentos preparados, em Bom Retiro, Seberi e Santa Cruz do Sul.
— É um plano robusto, que já está bastante em andamento. Então, a gente espera conseguir, sim, atingir esse prazo agressivo de 2023. É bastante pouco tempo pra construir e aumentar essas operações, então estamos correndo pra conseguir atingir esse plano — disse Wesley.
O diretor de Agropecuária explica que em aves e suínos haverá ampliação de volumes, com investimentos em qualificação, em tecnologia de serviço:
— São melhorias para expandir e/ou qualificar a produção.
Junto à ampliação virão novas vagas: 2,7 mil, segundo a empresa. Boa parte na operação, nas linhas de produção, mas também em outras áreas.
— Investimentos como esse mexem com economias locais, geram retorno aos municípios, impacto na qualidade de vida, são mais de 20 mil famílias diretamente impactadas. E os produtores rurais (são mais de 2,8 mil integrados) também estão fazendo investimentos que são relevantes — acrescenta Ribas.