Boa parte dos problemas e dos desafios existentes hoje à produção agropecuária do Rio Grande do Sul dependem de soluções e alternativas que precisam ser tomadas em Brasília. Ou seja, são medidas que cabem ao governo federal.
Entram nessa lista assuntos como a crise do leite, com os questionamentos feitos à simetria do Mercosul e a necessidade de compras governamentais para enxugamento da oferta no mercado interno. Igualmente impactados pelos produtos que entram do bloco, os produtores de arroz cobram uma saída.
Outro aspecto relevante é a definição das taxas de juro para financiamentos do setor, tema que invariavelmente volta à pauta toda véspera de anúncio de Plano Safra. Questões referentes às exportações dos produtos agrícolas precisam passar pelo Planalto, como no caso da suspensão imposta pela União Europeia a 22 frigoríficos de aves do Brasil no ano passado _ a expectativa de que seja derrubada é realimentada com a mudança nos postos de alto escalão do país.
Isso não quer dizer que o Estado não tenha papel importante no desenvolvimento do setor primário gaúcho. Pelo contrário, a familiaridade de integrantes do Piratini com a Capital Federal enche o setor de expectativas. Essa conexão com a Capital Federal abre caminho para fazer o recado chegar em alto e bom som.
Covatti Filho, que assume a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul é deputado federal reeleito e integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O grupo esteve sob o comando da agora ministra da Agricultura, Tereza Cristina. A proximidade com a colega de bancada deve garantir, no mínimo, bom trânsito ao secretário gaúcho. Já nos próximos dias, ele vai a Brasília tentar convencer o Planalto da necessidade de realizar aquisições de leite.
Na agricultura familiar, o interlocutor do governo federal é gaúcho. O engenheiro florestal Fernando Schwanke ocupa a pasta dedicada ao segmento dentro do Ministério da Agricultura. E já fez indicação de pelo menos um nome do Rio Grande do Sul para integrar a sua equipe. Agora é esperar para ver se essa ligação direta se traduzirá em políticas eficazes para o agronegócio do Estado.