Com parte dos associados com plantações orgânicas e atenta à demanda do mercado, a Vinícola Garibaldi decidiu apostar em na vertente de produção biodinâmica. A técnica, surgida em 1924, mistura conhecimentos químicos, geológicos e astronômicos na produção.
A marca acaba de colocar no mercado 700 garrafas de espumantes e 12 mil litros de suco de uva produzidos a partir de uvas cultivadas na propriedade de três associados (em Garibali, Bento Gonçalves e Caçapava do Sul) em que são utilizadas as prerrogativas biodinâmicas.
O volume é uma gotinha no oceano produzido pela cooperativa. O presidente da vinícola, Oscar Ló, explica que a proposta, neste caso, é mais conceitual:
— Há demanda por esse tipo de produto. Imaginamos que seja tendência não para grandes volumes. Vimos nesse mercado um potencial, que pode inclusive ajudar o restante da linha.
A produção por meio do método convencional resultou em 10 milhões de litros. E são mais 300 mil litros de bebidas com matéria-prima orgânica — o segmento respondeu no ano passado por 4% do faturamento total da Garibaldi.
A linha de sucos e espumantes biodinâmicos tem como diferencial certificação e foi batizada de Astral. Está sendo vendida em loja no complexo turístico da vinícola, em Garibaldi. A ideia, segundo Ló, é também comercializar em restaurantes e mercados específicos.
A produção biodinâmica
- A agricultura biodinâmica foi desenvolvida a partir dos preceitos de Rudolf Steiner, em 1924, na região da atual Polônia. É uma das vertentes das produção orgânica.
- O método é utilizado em vinhedos da França há pelo menos seis décadas. Também há cultivo biodinâmico nos Estados Unidos, Suíça, Austrália e Chile.
- No Brasil, o movimento surgiu na década de 1970, em Botucatu (SP). No Rio Grande do Sul, a biodinâmica começou há três décadas, em Sentinela do Sul, na propriedade de João Volkmann, que cultiva arroz.