Volta e meia ele aparece como vilão da lista de compras, fato que se repetiu no mês passado Brasil afora, como aponta levantamento feito com as Ceasas do país pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O tomate voltou a ficar com o preço nas alturas. No Rio Grande do Sul, o valor pago pelo consumidor nos supermercados hoje é o mais caro do ano, segundo levantamento da Associação Gaúcha de Supermercado (Agas).
Além do quesito sazonalidade de safra, outros fatores pesaram para que isso acontecesse. Tradicionalmente, nos meses de inverno, a produção gaúcha estanca e é preciso recorrer a outras regiões do país para garantir o abastecimento. Neste ano, no entanto, o frio apareceu com força também nessas áreas, afetando a produção e reduzindo a oferta.
— O movimento de alta se intensificou em 25 de setembro. De lá para cá, o preço do tomate subiu 150% — observa Claiton Colvelo, gerente técnico da Ceasa de Porto Alegre.
E mesmo agora, quando o produto deveria estar ficando mais barato, em razão da entrada da safra do Rio Grande do Sul, não é isso que se verifica no atacado e no varejo. Colvelo explica que a quantidade do tomate do Estado ainda é pequena. E a oferta de lugares como São Paulo, que deveria estar cobrindo a diferença, foi afetada pelo excesso de chuva:
— É provável que haja preço alto por mais tempo do que se previa.
Presidente da Agas, Antônio Cesa Longo concorda. Nas próximas semanas, o valor deve se manter em alta. O dirigente acrescenta outra razão para o produto não ter tido o tradicional "refresco"desta época do ano:
— A produção local foi afetada pelo temporal de granizo e deve demorar cerca de três semanas para se refazer.
Por enquanto, será preciso usar o tomate com moderação, porque como lembra o gerente técnico da Ceasa, é um produto de difícil substituição na cozinha.