Passado o período da disputa eleitoral, é hora de voltar as atenções para outro terreno: o das apostas sobre quem terá papel ativo na composição dos governos, federal e estadual. Fertilizadas pelas coligações e apoios partidários, as indicações para secretarias e ministérios ganham o plano da fantasia — às vezes, até como forma de testar a realidade.
No plano nacional, três nomes apareceram entre os relacionados para eventual comando da Agricultura, como publicado pela coluna: o do senador eleito Luis Carlos Heinze, o do presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Nabhan Garcia, e o da presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Tereza Cristina. Até o momento, ainda não há confirmação, e os cotados desconversam. Chama a atenção o fato de que Heinze era um dos que estavam ao lado do presidente eleito, Jair Bolsonaro, no momento em que foi feito o discurso da vitória. O senador gaúcho diz ter ido ao Rio de Janeiro apenas para cumprimentar Bolsonaro e que não houve nenhuma conversa sobre ministério.
Respeitado no setor, onde fez sua base eleitoral, o progressista desafiou o partido ao assumir apoio formal ao postulante do PSL na corrida presidencial.
Para entidades do setor, a presença de Heinze no Senado, no entanto, é vista como fundamental, já que uma das referências do segmento, a senadora Ana Amélia Lemos (PP) termina sua legislatura em janeiro do próximo ano. O nome de Tereza Cristina para a Agricultura surge como opção que agrada dentro e fora do Congresso.
No Rio Grande do Sul, o PP também tem se apresentado para uma vaga no governo de Eduardo Leite. A sigla tem tradição no meio rural e indicou o secretário da Agricultura na gestão de José Ivo Sartori — o deputado estadual Ernani Polo, agora reeleito. Um nome que tem sido apontado para a gestão de Eduardo Leite é o do deputado Sérgio Turra. Eleito para segundo mandato, fez 52,67 mil votos (13º mais votado) e tem ligação com o setor. É filho do ex-ministro Francisco Turra, que hoje preside a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e segue tendo grande trânsito político.
— Nosso partido fará parte do governo, e acho que de maneira mais efetiva do que no anterior. Mas em termos de bancada, vamos nos reunir — diz Turra, que confirma sondagens.