A partir de boas práticas disseminadas nas fazendas, a Nestlé conseguiu retirar todos os estabilizantes da produção de leite longa vida no Brasil. As três fábricas do produto no país, uma delas em Carazinho, no Norte do Estado, já passaram a produzir a bebida das marcas Ninho e Molico sem os compostos químicos — que deverá chegar ao consumidor em outubro.
Os estabilizantes são aditivos químicos usados para manter as características originais do produto por mais tempo. Para retirá-los, a multinacional investiu cerca de R$ 140 milhões nos últimos cinco anos em assistência técnica e coleta em caminhões refrigerados.
— Foi um trabalho que dependeu essencialmente das boas práticas na fazenda, desde o bem-estar animal até a higienização da ordenha — explica Taissara Martins, gerente de qualidade da Nestlé no Brasil, que pretende lançar leite orgânico no mercado brasileiro em 2019.
As ações implantadas nas fazendas de 3 mil produtores exclusivos no país, das quais mil no Rio Grande do Sul, reduziram a contagem de bactérias e de células somáticas da matéria-prima _ fator determinante para a retirada dos estabilizantes do leite UHT.
— Trabalhamos dentro do conceito de rótulo limpo, tirando todos os ingredientes externos que não são necessários ao produto — explica Taissara.
Vale lembrar que os estabilizantes colocados no leite não fazem mal para a saúde humana, não alterando o sabor e o aspecto do leite. A questão é a preferência dos consumidores de produtos menos químicos. Antes da Nestlé, a Castrolanda (PR) e a Itambé (SP) passaram a oferecer, em escala menor, leite UHT sem o composto na linha integral.