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A experiência amarga da última safra – em que houve combinação de preço e tempo ruins, com quebra na produção – ainda está bem viva na memória do produtor de trigo do Estado. Tanto que a pouco mais de um mês do início do plantio, o cenário é de indefinição. Para Hamilton Jardim, presidente da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), o desestímulo é tamanho que "devemos chegar ao fundo do poço" em termos de área plantada:
– A estimativa é chegar a 580 mil hectares.
Segundo o dirigente, o mercado está parado, os custos cada vez mais altos e os preços, achatados. Razões pelas quais a entidade trabalha com a perspectiva de novo recuo – no ano passado, foram 699,2 mil hectares.
O único fator positivo são as projeções de inverno com pouca chuva.
Presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro-RS), Paulo Pires confirma que o produtor "está muito desgostoso" com o trigo. Mas ele não vê mais espaço para encolhimento da área.
A aposta é em mudança de comportamento:
– A percepção é de que o produtor começa a se voltar para variedades voltadas à exportação. No geral, não quer ouvir falar em trigo tipo pão (destinado aos moinhos).
Diretor de negócios da Biotrigo Genética, André Rosa pondera que, da última semana para cá, houve mudança de quadro. Se antes o que se ouvia era que havia pouco interesse no trigo,na segunda-feira(26), a procura por uma variedade específica, de alta produtividade – que exige mais tecnologia –, tinha crescido.
– Vejo como um sinal bom, quem decidiu plantar vai caprichar – avalia Rosa, que estima recuo de, no máximo, 5% da área.