O Rio Grande do Sul chegará ao segundo semestre sem que qualquer novo financiamento para compra de terra tenha sido efetivado. Não é que não exista demanda. Pelo contrário. Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), são cerca de mil interessados só entre os seus associados.
No início do ano, Márcio de Andrade Madalena, delegado federal no Rio Grande do Sul da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) afirmou à coluna que os processos de crédito fundiário ficaram praticamente parados no ano passado. Ele acrescentou que pretendia fazer o programa começar a rodar a partir de março. Mas isso não ocorreu.
Em 2017, foram finalizadas apenas 14 propostas. Todas, no entanto, são de pedidos represados do ano passado. Em 2016, houve somente 24 contratações.
– A gente não conseguiu desburocratizar o processo. Há partes dos trâmites que entendemos como desnecessárias, mas que precisam ser reavaliadas pela coordenação nacional – argumenta Márcio.
A esperança de tornar mais rápido o caminho está depositada agora na regulamentação da ampliação do teto dos financiamentos para R$ 140 mil – anunciada em alto e bom som no Plano Safra Familiar, mas que depende de regramento para valer na prática. Isso deve ocorrer no próximo dia 3.
Contando com isso, reunião para tratar do crédito fundiário no Rio Grande do Sul foi marcada para o dia 7 de julho e terá a presença de Raquel Santori, subsecretária de Reordenamento Agrário. A meta de Márcio é fazer com que a liberação do recurso ocorra em até 90 dias. Há relatos de que alguns produtores esperavam mais de dois anos.
Diretor da Fetag-RS, Pedrinho Signori esteve ontem em Brasília e afirma que "há promessa interessante de melhora do fluxo":
– No ano passado, o programa não andou. Houve anúncios políticos, mas não rodou. O que nos deixa preocupados é que não se sabe o que pode acontecer com o governo.