Um Plano Safra com mais recursos e juro menor. Esse é o desejo do Ministério da Agricultura para 2016/2017. É com essas variáveis que a pasta tem ido para as reuniões com a Casa Civil.
– Existem propostas colocadas à mesa, até mesmo de se ter um plano plurianual – afirma Eumar Novacki, secretário-executivo do Ministério da Agricultura.
Para ele, a liberação de valores para o pré-custeio, neste ano, quase 20% superior a 2016 são uma “sinalização excelente”.As sugestões vão ao encontro dos pedidos que vêm sendo feitos pelo setor. O Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Agricultura (Conseagri) havia sugerido, por exemplo, corte de três pontos percentuais no juro.
Nas linhas de custeio, equivalentes a 80% dos recursos disponibilizados, a taxa é hoje de 9,5% ao ano.Nos bastidores, fala-se que o governo poderia adotar juro com taxa variável e atrelado à Selic, o que é motivo de preocupação. O segmento de máquinas teme efeito negativo sobre as vendas.
– O agricultor tem trauma de anos em que houve frustração de safra e o juro era variável – lembra Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado.
O contingenciamento de despesas da União, deverá, no entanto, levar à queda de braço entre os ministérios da Agricultura e da Fazenda.
– Será preciso chegar a um ponto de equilíbrio e isso significa ser algo bom para todos os lados – completa o secretário-executivo.
Outro ponto defendido por entidades do agronegócio que também está no radar do ministério é o acesso ao crédito. Há críticas de que são feitas tantas exigências que o produtor acaba não conseguindo a liberação do dinheiro.
Entre os desejos e a realidade, resta agora saber qual será o Plano Safra possível no ciclo 2017/2018.