Mesmo com o cenário de crise econômica no Brasil, as cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul chegaram ao fim de 2016 com faturamento 11,3% superior ao de 2015: R$ 20,45 bilhões.
E o setor olha agora para frente com a meta de industrialização. O objetivo da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro-RS) é ampliar o leque de associadas nessa condição, para agregar valor ao produto e gerar mais renda:
– Temos um bom número de cooperativas industrializadas e outro que está em um momento interessante de entrar para a industrialização. Estão com faturamento e crédito – diz Paulo Pires, presidente da Fecoagro.
Uma das formas de incentivo seria por meio de políticas públicas – como o Fundopem. Grupo de fomento ao setor cooperativo foi criado ontem, com representantes do segmento e das secretarias da Agricultura, de Desenvolvimento Rural e de Desenvolvimento Econômico.
A nova postura não significará, segundo Pires, o abandono da atividade de origem das cooperativas, que é justamente o recebimento de grãos. Até porque, veio daí o principal impulso para a alta no faturamento no ano passado.
– Houve crescimento do recebimento de trigo e de soja. O grande faturamento das cooperativas vem da soja, depois vem arroz, trigo e milho – explica o dirigente.
No ano passado, as 35 associadas da Fecoagro também registraram lucro – ou, no jargão do segmento, sobras –, mas o valor foi inferior ao registrado em 2015. Resultado de custos maiores verificados em 2016 e também do represamento da venda de soja – depois do maior valor nominal registrado em junho, muitos produtores ficaram à espera de preços ainda melhores para negociar e seguraram o produto.
Além do estímulo à industrialização, a Fecoagro aposta na ação sistêmica das cooperativas, como a rede de compras já existente, que conta com 17 associadas e tem como grande vantagem a escala e a competitividade nas negociações.