Enquanto os setores da indústria e dos serviços acumulam saldos negativos na criação de empregos desde o ano passado, o agronegócio tem conseguido aumentar o número de postos de trabalho. Nos primeiros quatro meses do ano, o saldo foi de 17.521 trabalhadores com carteira assinada no Rio Grande do Sul, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O número é o resultado da diferença entre as admissões e os desligamentos no setor, de janeiro a abril. O saldo positivo é 8% superior quando comprado ao mesmo período do ano passado.
– A indústria e os serviços dependem mais do mercado interno do que o agronegócio. Isso dá um dinamismo maior ao setor – explica Rodrigo Feix, coordenador do Núcleo de Estudos do Agronegócio da Fundação de Economia e Estatística (FEE).
O saldo foi positivo em dois segmentos do agronegócio: dentro e depois da porteira. O primeiro inclui os empregados que atuam diretamente na produção, ou seja, nas lavouras. Os 4.429 postos criados representam um aumento de 41% em relação aos primeiros quatro meses de 2015.
– As culturas temporárias de verão, como arroz e soja, se destacaram na criação de empregos no período – completa Feix.
Responsável pelo maior número de vagas criadas no agronegócio, o segmento depois da porteira segue praticamente estável - com saldo positivo de 13.889 vagas de janeiro a abril. Nesse setor, entra todo o processamento de matérias-primas, como grãos, carnes e leite, além do comércio atacadista.
O único segmento a acumular resultado negativo é o antes da porteira, onde entram as indústrias de máquinas agrícolas, além de empresas de sementes, fertilizantes e defensivos. As fábricas de equipamentos acumulam saldo de empregos no vermelho há 21 meses consecutivos. Apesar do resultado, a redução de postos de trabalho no setor está recuando - dando sinais de recuperação das vendas.
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