Depois do crescimento expressivo de 13,6% em 2015, o PIB agropecuário do Rio Grande do Sul não deve repetir a dose. Pelo contrário.
As projeções indicam que o Estado pode fechar 2016 com um desempenho negativo inclusive no setor primário que, no ano passado, amorteceu a queda livre dos outros segmentos, fazendo a economia gaúcha encolher menos do que a nacional.
O resultado da soja no campo está, por ora, melhorando um pouco essa perspectiva. A Federação da Agricultura do Estado (Farsul), que projetava recuo de 5,37% no PIB agropecuário deste ano, entende que o cenário poderá ficar mais ameno, com queda na casa dos 3%.
– Falta pouco para se ter um panorama mais claro da atual safra. Houve uma melhora da produtividade da soja ao longo do ciclo, que precisa ser confirmada – explica Antônio da Luz, economista-chefe do Sistema Farsul.
Em novembro do ano passado, quando o primeiro diagnóstico da entidade foi traçado, o potencial da soja era outro. O excesso de chuva e o atraso no plantio indicavam possibilidade de redução no volume do grão, além do arroz e milho. Hoje, a perspectiva é de colheita recorde. Se confirmada a colheita – 15,97 milhões de toneladas segundo IBGE –, o panorama de 2016 deve melhorar o panorama.
Pedro Ramos, gerente de análise econômica do banco Sicredi, completa que, quando se sai de uma base de comparação alta – como foi a geração de riqueza do setor em 2015 –, a expectativa de crescer na mesma magnitude se torna difícil.
– No ano passado, soja, milho e arroz tiveram crescimento. Neste ciclo, um deles vai faltar – diz Ramos, em referência ao arroz.
Os resultados positivos na economia do setor refletem, para Luz, a opção por um modelo de desenvolvimento e crescimento diferente:
– O agro buscou a competitividade internacional.
Ramos adota o mesmo tom e afirma que a capacidade de competir no mercado internacional faz com que o segmento se renove:
– Outros setores não têm esse permanente avanço de produtividade.
Leia outras notícias da coluna Campo Aberto