Diante do cenário de recuo nas vendas e alta dos custos, a indústria de equipamentos agrícolas do Rio Grande do Sul irá sugerir que feiras e exposições do agronegócio passem a ser feitas de dois em dois anos. Ainda no final do ano passado, por solicitação das empresas associadas, o Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers) discutiu o tema em assembleia geral.
- Houve um pedido para a entidade intermediar a questão. Quando todo mundo estava vendendo bem, as feiras eram maravilhosas. Agora, não estão, e o custo é alto - pondera Claudio Bier, presidente do Simers.
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O valor gasto em um evento varia de indústria para indústria, mas pode superar a casa do milhão. Além do estande, há despesas com transporte dos equipamentos, horas extras dos funcionários e estadia.
A proposta seria intercalar as feiras. Em um ano se faria a Expodireto-Cotrijal, por exemplo. No outro, a Show Rural Coopavel. Isso não incluiria, no entanto, a Expointer, feira realizada pelo governo do Estado, no parque Assis Brasil, em Esteio, que inclui exposição agropecuária.
Em pleno andamento, a Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), ficou neste ano sem a presença das grandes fabricantes. Devido ao ajuste de datas - a organização quis mudar o período da exposição e depois voltou atrás -, Massey Ferguson, Valtra, John Deere, Case IH e New Holland não foram, dando prioridade para a feira de Não-Me-Toque, no Estado, que ocorre no período de 7 a 11 do mês de março.
Bier levará a proposta adiante e argumenta que, se necessário, se reunirá com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Presidente da Expodireto-Cotrijal, Nei César Mânica, diz que, se for procurado pelas empresas para discutir o assunto, irá conversar:
- Quero mostrar para elas a importância de realizar a feira anualmente, para não haver uma desmobilização. De dois em dois anos, se perde a motivação. E o evento a gente faz também para o expositor.
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