Após ouvir uma enxurrada de reclamações de produtores por conta da falta de recursos para o pré-custeio no ano passado, o governo federal antecipou-se e já garantiu R$ 10 bilhões para a próxima safra junto ao Banco do Brasil. Os recursos deverão sair da poupança rural e de depósitos à vista.
Em 2015, a falta de liberação de crédito para compra de insumos provocou uma paralisação das vendas antecipadas de fertilizantes e defensivos agrícolas em todo o país. No Rio Grande do Sul, os arrozeiros foram os mais prejudicados.
Conforme o gerente de mercado agronegócios da superintendência regional do Banco do Brasil, João Paulo Comerlato, ainda não é conhecido o valor que será liberado ao Estado. Em 2014, o desembolso da instituição financeira para o pré-custeio das lavouras de soja, milho e arroz foi de R$ 1 bilhão.
- Na época, o montante foi suficiente para atender a demanda. Se houvesse mais pedidos, teríamos condições de atender também - lembra Comerlato, confirmando que em 2015 não houve liberação de recursos para o pré-custeio de culturas agrícolas no Estado.
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A estimativa da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) é de que, somente para o arroz, serão necessários R$ 1,5 bilhão para compra antecipada de insumos.
A notícia de R$ 10 bilhões para o pré-custeio da safra 2016/2017 foi dada pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, após reunir-se com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, na sexta-feira. Dois dias antes, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar, esteve no Rio Grande do Sul. Em encontro com produtores rurais nos municípios de Uruguaiana e Santa Maria, prometeu que não faltaria dinheiro para custear a próxima safra.
- Sinal de que os fatos concretos relatados pelos produtores ao secretário foram levados em conta. A garantia desses recursos, sem dúvidas, tranquiliza o setor agrícola - avalia o presidente da Farsul, Carlos Sperotto.