Opções para o consumidor frente o aumento da carne bovina, aves e suínos também ficarão com preços mais salgados. Nos próximos dias, as indústrias devem anunciar reajuste. Conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a estimativa, em função dos custos, é de alta de cerca de 15%.
Esse repasse reflete energia mais cara e valorização do milho e do farelo de soja, ingredientes da ração animal. Em janeiro de 2015, a saca de milho era comprada, ao preço médio, por R$ 29. Agora, subiu 37,93%, ficando em torno de R$ 40, conforme a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
- Estamos bem preocupados porque essa é uma época do ano em que o consumo diminui. Não há outra opção, a não ser repassar o aumento - diz José Eduardo dos Santos, diretor-executivo da Asgav.
Hoje, a entidade reúne a indústria de aves para debater o assunto. Na próxima semana, a de ovos. Outra medida é a redução na produção. Quanto ao percentual de alta no valor, Santos diz que ainda precisa ser avaliado, mas calcula entre 10% e 15%.
Além de mais caro, o milho ficou mais raro. Há restrição de oferta em regiões do país - o grão vem perdendo espaço para a soja.
- Entendemos que a valorização do produto é importante para estimular o produtor a plantar. Mas na atual situação, o governo terá de entrar em campo - opina Francisco Turra, presidente da ABPA.
Reunião no Ministério da Agricultura foi agendada para segunda. As sugestões são para leilões do estoque público e campanha de estímulo ao plantio da safrinha.
O Rio Grande do Sul tem problema extra. Consome mais do que colhe, precisando trazer o milho de outros Estados, gastando com frete. O déficit gira entre 1,5 milhão e 2 milhões de toneladas.
- Isso agrava o problema. Mas hoje esse assunto não é unicamente do Estado, é do Brasil - pondera Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS.