A meta é de longo prazo e, em tempos de recursos escassos, será preciso um trabalho de formiguinha para atingi-la. Com o lançamento do Programa Estadual de Conservação do Solo e da Água, o governo do Estado quer diminuir, até 2020, em 20% as perdas de produtividade causadas pela uso inadequado desse recurso.
Conforme o secretário da Agricultura, Ernani Polo, são buscadas parcerias com organismos internacionais e com a Agência Nacional das Águas, para obtenção de verba capaz de potencializar as ações do projeto, que conta com a participação de outras três pastas - Desenvolvimento Rural, Ambiente e Educação - e de diferentes entidades, entre as quais Emater, Embrapa, Fecoagro, Fepagro, Fetag, Farsul, Fiergs e Famurs.
Bancos locais, Banrisul, Badesul e BRDE também estudam a possibilidade de direcionar recursos.
- Ao ano, são perdidas de seis a oito toneladas de solo por hectare devido à erosão hídrica. Buscando melhor manejo, aumentado a fertilidade, teremos potencial de aumentar a produtividade no Estado nas mais diferentes áreas agrícolas e pecuárias - pontua Polo.
No pacote das ações estão debates, treinamento, extensão rural, campanha, seminários regionais e materiais educativos, dentro do tripé econômico, social e ambiental.
- O plantio direto está sendo executado de qualquer jeito, morro abaixo, morro acima. E vai contra os princípios conservacionista - pondera Edemar Streck, assistente técnico de solos da Emater e um dos "xerifes" do programa.
A mensagem a ser semeada é a da necessidade de retomada de técnicas como rotação de culturas, cobertura do solo e plantio direto para ampliar a capacidade de armazenagem de água do solo em momentos de falta chuva. A ideia é desenvolver ainda ações nas salas de aulas e premiar produtores e escolas com projetos-modelo.
- Não é dar dinheiro ao agricultor. É dar uma forma de reconhecimento ao trabalho. Como? Isso vamos ver, temos de ir passo a passo - diz Streck.