O jornalista Guilherme Jacques colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço.
Segmentos fortes da economia do Rio Grande do Sul, como a indústria metalmecânica, os bens de consumo e o agronegócio, apareceram entre os que estarão em alta no próximo ano, segundo o Guia de Salários 2025 da consultoria Robert Half. O estudo sobre o mercado de trabalho é feito a nível nacional, mas a coluna obteve com exclusividade os recortes locais (confira abaixo).
Dentro desses setores mais tradicionais, a necessidade é por profissionais que tenham domínio da tecnologia, para ser aplicada em suas respectivas áreas. Trabalhadores que tenham essa qualificação e fluência em um segundo idioma – inglês e espanhol ou ambos – tendem a ser disputados.
– Com uma taxa de desemprego baixa no país e ainda menor em polos aquecidos, como se percebe em algumas regiões gaúchas, a captação de profissionais qualificados fica mais desafiadora – diz o vice-presidente de parcerias estratégicas e responsável pelo escritório da Robert Half no Estado, Alexandre Attauah.
Se por um lado, pode haver escassez de mão de obra qualificada, por outro, Attauah pondera que a enchente de maio causou dificuldades pontuais para o recrutamento, que já foram superadas. Isso porque a reação frente ao desastre climático foi muito rápida:
– A cheia trouxe uma insegurança, porque ninguém sabia o que iria acontecer. Isso retraiu os profissionais naquele momento, mas foi superado.
Inteligência artificial
Depois da explosão de demanda por profissionais de tecnologia nos últimos anos, a área ainda segue em alta, mas, agora, permeando outras. Por isso, a Robert Half aponta ser crescente a busca por candidatos que tenham familiaridade com inteligência artificial.
– O que nós vemos no Rio Grande do Sul é uma busca intensa de pequenas empresas, principalmente as familiares, por profissionalização. Isso passa por ter pessoas para implementar tecnologias, automatizar e melhorar processos – explica Attauah.
Solução caseira
Postos os desafios, uma saída para driblá-los é o investimento nos talentos da casa. Ou seja, na formação e desenvolvimento das pessoas que já estão dentro da empresa. É uma forma de suprir a carência de mão de obra qualificada e retê-la.
– Muitas empresas fazem isso. Não é fácil, claro, para as menores. É um investimento de longo prazo em capital humano.
Segmentos mais aquecidos:
- Metalmecânico
- Bens de consumo
- Agronegócio
Áreas que lideram as contratações:
- Engenharia
- Cadeia de suprimentos
- Segurança do trabalho
- Finanças
- Vendas e marketing
Cargos mais demandados:
- Gerente de melhoria contínua - salário pode chegar a R$ 20 mil em médias e pequenas empresas e R$ 31 mil nas grandes
- Coordenador de manutenção - até R$ 15,9 mil em médias e pequenas e R$ 19,9 mil nas grandes
- Coordenador de planejamento financeiro - até R$ 15 mil em médias e pequenas e R$ 22 mil nas grandes
- Analista contábil/fiscal - até R$ 9 mil em médias e pequenas e R$ 10,7 mil nas grandes
- Diretor comercial - até R$ 39 mil em médias e pequenas e R$ 52 mil nas grandes
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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