Além da seca que assola o Mato Grosso do Sul, incêndios destroem grande parte do Pantanal. Confira trechos da entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, do secretário do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck. Ouça a íntegra no final da coluna.
Além das medidas emergências, há um plano de médio e longo prazo?
Terminamos com Ministério do Meio Ambiente um plano de médio e longo prazo. Vamos adotar manejo integrado de fogo, com queima prescrita nos períodos adequados, ampla capacitação e equipamentos para os produtores rurais e funcionários para que eles possam fazer combate inicial. No Pantanal, temos um problema de tempo de chegada aos locais de início dos incêndios. Estamos criando bases fixas do corpo de bombeiros, para as quais acabamos de contratar 500 bombeiros. Vamos instalar três aeroportos de combate a incêndios florestais para que aeronaves façam atendimentos mais rápidos e estações meteorológicas para ampliar o monitoramento. A repetição desse cenário deve ser mais frequente, como já aconteceu em 2020 e agora em 2024. Estão muito claros os efeitos das mudanças climáticas e o volume de recursos necessários. Já colocamos R$ 250 milhões no combate a incêndios florestais. Imagina a dimensão orçamentária dos Estados e do governo federal para fazer frente.
Na área do Pantanal, a pecuária é bem mais forte do que a agricultura. Mas a agricultura é forte no Mato Grosso do Sul. Qual o impacto do incêndio no agronegócio do Estado?
Tivemos na soja uma quebra de 30%, principalmente no sul do Estado, próximo ao Paraná. No milho, tivemos a repetição desse problema. Houve uma perda de valor na safra de mais de R$ 20 bilhões, que compromete o PIB do Mato Grosso do Sul e a exportação de soja e milho, além da arrecadação do Estado. Estávamos, inclusive, com recorde de área plantada. O Pantanal é um grande berçário, com 4 milhões de cabeças de gado. Já sentimos produtores endividados, aumento significativo das recuperações judiciais na área rural. Vai começar agora um plantio que vai depender das condições climáticas. Percebemos ânimo e disponibilidade de recursos do Plano Safra, mas temos que ver o comportamento climático em setembro, quando tem o início forte do plantio de soja no Mato Grosso do Sul.
Colaborou Kyane Sutelo
Ouça a entrevista na íntegra:
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jaques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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