O jornalista Guilherme Jacques colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço.
Novo condomínio na zona sul de Porto Alegre, o Villa Portal ficará no terreno que abriga uma casa construída entre 1850 e 1860. Serão investidos R$ 30 milhões para erguer 18 novas moradias e reformar a construção histórica. Já com as licenças obtidas na prefeitura, as obras começam em agosto, com previsão de entrega para janeiro de 2027.
As empresas All_inc Incorporações e Allgayer Engenharia, do Grupo Allgayer, farão a construção e a incorporação. O lançamento ocorre nesta segunda-feira (15), com imóveis de R$ 2,5 milhões a R$ 3,5 milhões. Há casas de 290 a 430 metros quadrados, com painéis solares nos telhados e jardim nos fundos. Se estima chegar a R$ 50 milhões com a venda das unidades.
A casa histórica é tombada pela Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural (Epach). O projeto de reforma manterá as características originais da última intervenção, que ocorreu em 1935, quando foi refeita a fachada do imóvel e construído um pórtico de entrada.
— Será necessário fazer modificações internas, como pintura das paredes, e trocar algumas telhas. O antigo proprietário já guardava algumas (telhas) reservas — explica o diretor da Allgayer Engenharia, Maurício Allgayer.
A casa do século 19 tem 300 metros quadrados. Será usada como área comum para os moradores, com salão de festas, academia, brinquedoteca e até minimercado. Na parte externa, haverá piscina, quadra de beach tennis, praça e estacionamento para visitantes. O condomínio também terá sistema de reaproveitamento de água da chuva.
O acesso será pela Rua Nossa Senhora Aparecida, no bairro Vila Conceição. Cada moradia terá três pavimentos, com três a quatro quartos, garagem com tomada para carro elétrico, piso aquecido nos banheiros, espaço para adega e opção de colocar elevador. A obra irá gerar 200 empregos diretos.
História do terreno
Do final do século 18 até 1826, o terreno pertenceu ao português José da Silva Guimarães, casado com a neta do sesmeiro Dionísio Mendes. Guimarães era conhecido como Juca Tristeza, apelido que teria dado nome ao bairro Tristeza, diz o arquiteto Evandro Eifler, especialista em patrimônio histórico.
Na década de 1850, a casa que ainda está de pé foi construída, com projeto inspirado na arquitetura portuguesa. Em 1894, a propriedade foi vendida a padres palotinos e utilizada como seminário e capela para missas religiosas. Em 1923, o terreno foi comprado por Antônio Monteiro Martinez, idealizador do loteamento Vila Conceição.
Na década de 1950, a família do médico e professor Joaquim Kliemann comprou a propriedade, onde ele morou até vendê-lo para o Grupo Allgayer, em 2021.
* Colaborou Guilherme Gonçalves
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Coluna Giane Guerra (gianeguerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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