Ziraldo se foi, mas deixou um manual de como uma criança deve ser: O Menino Maluquinho. É um dos livros mais queridos da minha biblioteca da infância e hoje é folheado pelos meus filhos. Também assistem ao filme repetidas vezes. Por trás do sorriso que dou e do calor no coração que sinto quando vejo o exemplar lá de casa, tem muitos anos de reflexão.
Quando eu era criança, era na leveza daquele menino doidinho que eu pensava como era bom ser uma menina moleca! Eu ria imaginando como ele conseguia fazer a pasta e seus livros chegarem voando antes dele em casa. No livro, dizia que era "a melhor coisa do mundo" quando ele voltava da escola. Crianças sapecas cheias de vida preenchem de felicidade qualquer ambiente e devem ser amadas por isso.
E ele fazia a própria pipa! Usava taquara e cola com polvilho para o grude. Que incrível, eu achava!
Tem no livro o desenho do Menino Maluquinho caindo nos paralelepípedos. Dói só de olhar. Mas, como digo para meus filhos, quem brinca, volta e meia cai e rala o joelho. Às vezes, rala em cima do ralado recente. Ui! Eu sei que dói, jamais direi que "não é nada, não precisa chorar". Pode chorar aqui no meu abraço. Mas, como das outras vezes, passa. Então, vale a pena seguir brincando mesmo que tenhamos mais joelhos ralados e mesmo que tenha que parecer uma múmia de tanto curativo, como o Menino Maluquinho na volta das férias.
Que menino feliz! Como eu fui quando criança e como quero que meus filhos sejam. Por isso, estimulo que sejam maluquinhos e sapecas, sempre lembrando do que aprendi no manual da infância leve escrito por Ziraldo.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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