O jornalista Paulo Rocha colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
O ano passado encerrou com 3.513.406 de gaúchos com o nome sujo. É o que aponta o Mapa de Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa. É um número 1,7% maior na comparação ao fechamento de 2022. As dívidas somam R$ 19,1 bilhões, número 20% na comparação ao ano anterior. O levantamento apontou que cada inadimplente deve, em média, R$ 5.437,78 no Estado.
A despeito dos resultados, o Rio Grande do Sul tem um percentual de endividados menor que a média nacional. Aqui no Estado, ele soma 38% da população, contra 43% do país.
— E está muito longe de Estados que figuram com mais da metade da população adulta inadimplemente. Chega a 53% no Rio de Janeiro e está atrás do Amapá, Distrito Federal, Amazonas e Mato Grosso — diz Thiago Ramos, gerente da Serasa.
No Rio Grande do Sul, a maior parte da inadimplência é resultante de dívidas financeiras, como bancos, cartões de crédito, empréstimos e cheque especial (29%). Em seguida, vem taxas de água, luz e gás (19%). Em terceiro lugar estão serviços, desde aqueles prestados por grandes empresas até por autônomos (16%).
Apesar das altas, o ano ensaiou um resultado positivo. Novembro e outubro chegaram a registrar dois movimentos de queda no número de inadimplentes. No ranking mês a mês, dezembro teve o segundo menor número de pessoas com o nome sujo de 2023.
— Há sinais de melhora — avalia o gerente da Serasa.
Há um peso cultural no endividamento? Thiago Ramos acha que sim. Uma pesquisa conduzida pela empresa ano passado ouviu três mil pessoas no país. Mais da metade (53%) possuía três cartões de crédito ou mais. Chegou a 17% o número de pessoas que tinha cinco cartões ou mais. A busca por limites de crédito maior era a principal explicação de quem tinha tantos cartões.
Para a Serasa, não há segredo para limpar o nome. Quem tem margem no bolso, a sugestão é reservar pelo menos 20% da renda para investimentos ou imprevistos. Para aquela grande parcela de brasileiros que compromete praticamente toda a renda com coisas básicas — como taxas de luz, água e supermercado — a dica é renegociar, trocar dívidas de juros mais altos por outra com taxas mais baixas e buscar honrar o acordado.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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