Apenas quatro em cada 10 gaúchos com contas atrasadas conhecem o Desenrola, criado pelo governo federal para renegociação de dívidas e redução da inadimplência dos consumidores. A pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL POA) aponta ainda que apenas 15% sabem como participar do programa. Ou seja, vai precisar de uma divulgação maior, concorda o economista-chefe da entidade, Oscar Frank, que explica que foram entrevistadas apenas pessoas que estão com dúvidas atrasadas, usando a base de dados do SCPC Boa Vista.
Antecipada às pressas pelo governo, a primeira etapa do Desenrola começou em julho e foi mais restrita. Em breve, começa a fase de renegociação de dívidas voltada a pessoas com renda de até dois salários mínimos ou que estejam inscritas no CadÚnico, e que tenham dívidas negativadas até R$ 5 mil.
Para participar do programa é imprescindível se cadastrar na Plataforma GOV.BR. Sem isso, não será possível acessar o sistema, no qual credores farão propostas e até leilões de desconto para os devedores. Ainda segundo a pesquisa da CDL, apenas 14% aderiram à primeira etapa, enquanto 65% pretendem participar da segunda. Na anterior, entraram apenas dívidas com bancos. Agora, será ampliada para diversos credores, como lojas e distribuidoras de energia e água.
— No curto prazo, gera algum impacto, mas as pessoas podem esperar que ações semelhantes no futuro e começam a agir de maneira imprevidente, tomando riscos de crédito. Isso é ruim. Além disso, o Desenrola não ataca as causas estruturais da inadimplência — analisou Frank em entrevista ao Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha.
Assista à entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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