A mensagem do Banco Central para a taxa de juro é: segue o baile. Tanto ao repetir o corte de 0,5 ponto percentual na Selic, quanto encerrar o comunicado dizendo que a redução deve ser da mesma magnitude nas próximas reuniões (no plural!). Há mais duas em 2023, então o juro de 12,75% de agora fecharia o ano em 11,75%. O comunicado nem deu muita trela às apostas de um corte maior por agora, de 0,75 ponto.
Outras perspectivas se mantêm, como mais resiliência da atividade econômica, com desaceleração nos próximos trimestres. Não é algo bom, claro, mas reduz risco de inflação. Setores, como indústria e construção, estão na torcida para chegar logo aos 10%, o que ocorrerá ao longo de 2024.
O alerta do Comitê de Política Monetária (Copom) vai para o Exterior, especialmente dos juros de longo prazo nos Estados Unidos. A inflação por lá está mais resistente, com receio da alta do petróleo e seu reflexo em alta de preços dos combustíveis. Se o juro subir lá, aumenta o dólar aqui, fazendo com que a nossa Selic tenha que competir para manter a moeda norte-americana e não desvalorizar o real.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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